Comunicação

O PAPEL DO LIVRO NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO

 

 

O PAPEL DO LIVRO NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO

 

por Vera Lúcia Wohlgemuth Lobo*

 

Dia 23 de abril comemora-se o Dia Mundial do Livro. O livro, um objeto enigmático que provoca transformações, ameaça governos autoritários, provoca revoluções. Em muitas nações, ao longo da história, já presenciamos a queima deles.

Afirmo por convicção que o livro é um objeto fundamental para o desenvolvimento humano e para a soberania do pensamento crítico.

Esse objeto mágico encontra-se ameaçado pelas novas tecnologias? Em tempos passados, dizia-se que o rádio perderia sua função, mas hoje verificamos mais do que nunca que ele é um instrumento de comunicação jornalístico e também de propagação de gostos musicais e algumas reflexões de cunho filosófico ou religioso.

Será que o mesmo que aconteceu com o rádio acontecerá com o livro? Conseguiremos cativar os leitores para que, num processo solitário e ao mesmo tempo de troca entre o indivíduo leitor com o autor, possa emergir a paixão literária?

No meio de um mundo no qual as informações são fugazes e pouco aprofundadas, faz-se necessário que as instituições de educação dediquem um tempo extra para a formação do leitor literário. Leitor esse que poderá formular internamente diferentes cenários a partir das descrições feitas pelos variados escritores. Ao longo da leitura das mais distintas narrativas, nasce a identificação com os personagens mais diversos, além de entrar em contato com o universo riquíssimo da polissemia de sentidos das palavras. O leitor tem a liberdade de viajar com o escritor e de construir seus cenários imaginários, essa é a grande magia que surge do encontro que cada leitor faz com o texto.

Palavras que contam, que encantam, que cantam e liberam o pensamento, permitindo a construção de novos sentidos que ampliam a capacidade de pensar, de argumentar e construir um pensamento hipotético-dedutivo, um pensamento crítico e certamente criativo.

Dia 23 de abril, momento importante para que todos parem e analisem o que estão consumindo. Vocês consomem livros, ideias, boas narrativas ou apenas posts rápidos e às vezes pouco verdadeiros que são transmitidos pelas redes sociais? Quanto tempo é dedicado à leitura?

De acordo com o filósofo francês Gilles Lipovetsky, o QI da população mundial, que sempre aumentou no pós-guerra até o final dos anos 90, diminuiu nos últimos anos. Uma das causas levantadas para este fenômeno, de acordo com alguns estudos, se dá pelo empobrecimento da linguagem. Pesquisas mostram que a violência nas esferas públicas e privadas decorre da falta de capacidade dos indivíduos colocarem em palavras sentimentos, não conseguindo lançar mão da linguagem para construir o pensamento argumentativo sólido capaz de compor com outros e transformar as diferenças em novos questionamentos, em novas perspectivas de pensar o novo sem que haja a exclusão de um ou de outro ponto de vista. Ampliar por meio da leitura a possibilidade de estabelecer um pensamento argumentativo e uma relação dialética com o mundo e com o conhecimento se faz por meio do estudo, da pesquisa e da literatura.

Concluo essa breve reflexão fazendo um convite a todos, pais e professores, para investir nosso tempo livre e o tempo livre de nossas crianças e adolescentes com a leitura de bons livros. Vamos fazer rodas para conversar, longe dos celulares, sobre os livros lidos, o que cada um sentiu, qual a percepção sobre a história, o que chamou mais atenção, enfim vamos viajar por meio da literatura e conhecer as mais variadas culturas, costumes, pontos de vista e sentidos de vida. Com certeza as portas de um mundo mais humano, mais empático irão se abrir. Um mundo onde o pensamento crítico, criativo, cuidadoso seja alimentado e, se possível, germine boas ideias revestidas de flores ao invés de bombas e disputas desumanas.

 

*Vera Lúcia Wohlgemuth Lobo – Diretora Pedagógica

 

 


ROTINA ESCOLAR: Família, escola e estudante, seus papéis nessa complexa teia de formar e ser formado.

ROTINA ESCOLAR: Família, escola e estudante, seus papéis nessa complexa teia de formar e ser formado.

Passados dois anos de muita instabilidade em função da pandemia, nossos estudantes retornaram às aulas presenciais. Voltamos a sentir um clima de certa estabilidade, no entanto, alguns ajustes precisam ser feitos, pois, ao longo do ano de 2020 e parte de 2021, o papel da escola, juntamente com o da família, ficou um tanto difuso, sem delimitação clara, e é de suma importância para o desenvolvimento de bons estudantes que essa delimitação esteja acordada.


O processo educacional em tempos de pandemia

O processo educacional em tempos de pandemia

Diferentes olhares aos diferentes atores que compõem o processo educacional, em tempos de pandemia, se fazem necessários, para que o ensino e a aprendizagem se efetivem ao longo deste contexto.


Rosely Sayão: “Educar é apresentar a vida e não dizer como viver”

Rosely Sayão: “Educar é apresentar a vida e não dizer como viver”

Educar não é fácil, muito menos nos tempos atuais. A sociedade tem passado por muitas transformações, e os pais se veem, tantas vezes, completamente perdidos. É o que evidencia a psicóloga Rosely Sayão em seu recém-lançado livro Educação sem blá-blá-blá (Ed. Três Estrelas, 2016).


Entrada na adolescência

Entrada na adolescência

A entrada na adolescência traz grandes desafios para a família e para os indivíduos. Entendemos, enquanto escola, que é muito importante para as famílias conhecer as principais transformações para que esse período tão importante da vida seja vivido de forma saudável para toda família. O texto a seguir traz contribuições importantes.


“Eu tenho a força!”

“Eu tenho a força!”

Há muito tempo não tinha a oportunidade de fazer uma criança dormir em minha casa. Meu único filho é um jovem adulto e não mora mais conosco... Assim, contento-me em aguardar o dia em que será possível ter meu netinho ocupando seu quarto em minha casa para então poder viver a experiência de cuidar mais de perto de uma criança, e fazê-la dormir, como acontecia com meu filhote.


Diversidade

Diversidade

Pensando na escola como um ambiente onde se reúne a maior diversidade durante um considerável tempo (e não é apenas pelos critérios de afinidades), também como um espaço privilegiado de construção de conhecimento e interação social, chegamos à conclusão de que valores como respeito, empatia, solidariedade, colaboração, ética, dentre outros, não podem ficar fora do que entendemos por “educação integral” dos sujeitos.


Tarefa de casa em família: um momento de aprendizado para todos

Tarefa de casa em família: um momento de aprendizado para todos

Após chegar da escola, é normal que seu filho esteja cansado para realizar as tarefas escolares. É exatamente por isso...


Adolescência em questão

Adolescência em questão

Falta de sono na hora de dormir, sono demais na hora de levantar, preguiça para realização de tarefas de casa, preguiça para leitura, tempo em excesso nos eletrônicos, conflitos com a família, quarto sempre desarrumado. Se você é mãe, pai ou responsável de um pré-adolescente/adolescente, você provavelmente já presenciou pelo menos uma das situações acima. Não se assuste porque a grande maioria desses “sintomas” é natural, porém passageira.


Educar - Desafios e Possibilidades

Educar - Desafios e Possibilidades

Me deparei há algum tempo com um texto de Rubem Alves falando sobre a Arte de Educar. E se existe algo que normalmente as pessoas concordam é sobre o grande desafio que envolve esse processo. A Escola Interamérica, ciente de sua responsabilidade enquanto parceira da família e da sociedade, se sente também diariamente desafiada a estudar, aprimorar e qualificar cada vez mais o seu trabalho pedagógico.


A arte de viver em mundos distintos ao mesmo tempo, tentando conhecer a si mesmo

A arte de viver em mundos distintos ao mesmo tempo, tentando conhecer a si mesmo

Em uma escola, cabe a nós reconhecer os talentos de cada estudante sob nossa responsabilidade. Se buscamos colocá-los todos na mesma fôrma, corremos o risco de enterrar artistas, cientistas, e tantos outros profissionais que poderiam brilhar em um futuro muito mais próximo do que imaginamos. O mundo da nossa consciência privada precisa ser preparado também para respeitar o outro.